Por Júlio Evangelista Santos Júnior *
13 de maio sui generis por se
tratar do primeiro dia de um novo momento para uma república que insiste em não
amadurecer. Ao passo que lutamos
cotidianamente contra o racismo denunciando as estruturas discriminatórias das
instituições brasileiras em seu Estado de
Direito, se comprova nossa tese de que a democracia brasileira passeia entre os
conceitos da perfídia e do oportunismo plutocrático, pois além de não respeitar
os passos vagarosos da igualdade material, também não respeita o sistema de
freios e contrapesos onde o controle do poder pelo próprio poder ainda possui uma
visão racista, machista, eurocêntrica, brancocêntrica de relações, ações e atitudes.
Ou seja, embora cada poder seja
independente e autônomo, deveria trabalhar em harmonia com os demais Poderes,
respeitando os fundamentos e objetivos fundamentais da nossa Carta Magna, o que
no Brasil , além de não acontecer, parece esquecer daquilo que parece óbvio,
qual seja, o bem estar comum das pessoas
cada vez mais desacreditadas do sistema político vigente e das suas
representações nestes espaços de Poder.
Na esteira de uma libertação
inconclusa e de uma república democrática que ainda não entendeu sua
prerrogativa funcional, tem-se um desaolador panorama social onde pretos e
pardos continuam à deriva com seus direitos mais humanos não garantidos e
profundamente desrespeitados por aqueles que, por ofício, deveriam trabalhar
para que algo fosse mudado, evidenciando e agravando, cada vez mais, os índices
assustadores de vulnerabilidade social com os quais nos deparamos a cada
estudo, a cada análise e a cada morte por causa externa não explicada, sempre
maquiada, quer seja pela notícia que tem lado, pelo imaginário social coletivo
que tem cor e pela opinião pública
vendada, vendida e iludida.
Pela luta contra o cotidiano luto,
por longevidade e empoderamento. Assim continuamos e honraremos.
* Júlio Evangelista Santos Júnior é Advogado, tecnólogo em Informática com
ênfase em Gestão de Negócios, pós-graduando em Direito Constitucional Aplicado
e também sobre Igualdade Racial na Escola, militante do Movimento Negro, poeta, sambista,
candomblecista, membro efetivo da Comissão da Igualdade Racial e presidente da
Comissão Especial da Verdade sobre a Escravidão
da OAB SP Subseção Santos, Coordenador do Projeto Educafro Regional
Baixada Santista, Conselheiro de Promoção da Igualdade Racial em Cubatão,
Coordenador da Câmara Temática Especial de Igualdade Racial do CONDESB e
Diretor do Departamento de Igualdade Racial e Étnica da Prefeitura Municipal de
Cubatão/SP.
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